Seguidores

quarta-feira, abril 30, 2008

TUDO DIFERENTE





TUDO DIFERENTE
De: Ysolda Cabral


Queria compor
Uma canção diferente
Uma canção que tivesse
Acordes surpreendentes
E quando alguém escutasse
Se sentisse leve, feliz
E em completo êxtase

Que toda tristeza desaparecesse
E uma paz interior tomasse conta
De forma que o abandono
Fosse tanto que lhe permitisse
Esquecer todos os lamentos
E os irremediáveis desencontros


E se quisesse
Ficar apenas quieto
Pois que ficasse
E se quisesse dançar
Pois que dançasse
E se quisesse gritar de euforia
Emoção em comunhão
Com a música e com a vida...
Pois que assim o fizesse...


Quanto à letra
Para esta música pretendida
Não precisaria ser
Muito eloqüente
E nem de português erudito
Nunca visto...

Bastaria que de maneira simples
E direta sobre o amor falasse...
Assim, todos compreenderiam
Que a vida tratada com amor
Torna tudo mais bonito
Diferente e muito encantador.


segunda-feira, abril 28, 2008

VIDA REGADA



VIDA REGADA
De: Ysolda Cabral


Chove muito neste momento
A chuva sempre me deixa aconchegada
Repousada e em paz comigo mesma
De alma fresca, viçosa, bela e bem abrandada...

Sinto que a vida
Foi regada, na medida exata
Para que eu continue a caminhada
Muito lúcida e amparada
Naquilo que existe de melhor
Em minha casa...

Sei que vou...
E estou indo
Para algum lugar
Que não está aqui
E nem em canto algum
Talvez num quadro
Que será ainda pintado?

Quem sabe...

Um dia há de chegar
E não serei mais assim
Serei luz, treva
Flor ou pássaro
A voar por aí?

Voarei dia, noite ou madrugada
Em tempo bom ou ruim?
Sentirei o cheiro da terra
Quando molhada?
Ai, o que será de mim?


sábado, abril 26, 2008

SAUDADES





SAUDADES
De: Ysolda Cabral


Hoje meu coração
Está doendo de saudades
Não sei exatamente de quem
Do quê e nem de quando...

Só sei que,
Com certeza, é de ontem
Que passou
E nem percebi
Apenas chorei e sorri...

Hoje choro
O meu pranto
Calada, triste e só
Até não sei quando
Sei que,
Este momento
É medonho...

Entretanto,
Amanhã será outro dia
E quem sabe
Não voltarei a sorrir
A cantar, a amar
E a viver outra vez?

Talvez...
Alguém diz
Pois uma saudade dessas
Não passa
Por mais que ande o tempo
Isto realmente condiz?

Se não condiz
Que o deus Tempo
Ande rápido
Ande logo
E leve de mim esta dor
Pois ela é mesmo um horror...


quinta-feira, abril 24, 2008

MORRO NÃO




MORRO NÃO
De: Ysolda Cabral


Sou boba
Sou louca
Sou séria
Sou toda Ysolda Cabral
E isto é o que interessa.

Nunca igual
Se fosse seria outra!!!

Minha fôrma
Jogaram fora
Não havia outro jeito
E agora?

É a vida!
Alguém grita.
Eu respondo: sou VIDA!

Mesmo que numa bela tela de cores fortes
Tenha sido anunciada a minha morte...
Não com muita antecipação e nem por intuição
Mas, com indução de ser colocada num belo e vistoso caixão,
Rodeada de belas flores, frescas e perfumadas...
Ah, que profética visão!

Porém...
Se minha poesia é verdadeira
E tem a minha alma,
Que sempre foi só emoção,
Como haverá separação?

Posso de fato ir e vou
Sem contemplação
E sem Prorrogação...

Entretanto, minha poesia fica.
Ah, ela fica sim!
E com o melhor de mim.
Quem irá garantir
Que, morrerei enfim?


terça-feira, abril 22, 2008

O QUE TENHO DE MELHOR





O QUE TENHO DE MELHOR
De: Ysoldac Cabral


Hoje é meu aniversário
Não estou triste e nem alegre
Estou conformada
Afinal é dia de festa
Na certa.

Vou me arrumar nos mínimos detalhes
Colocar o meu perfume preferido
Sentir-me-ei bem bonita
E se não me olhar no espelho
A idéia estará garantida.

Por não querer este risco correr
Melhor nem pensar
Chegar perto do espelho
Ele não irá me enganar e nem me esconder.


Entretanto, posso me surpreender
E gostar muito daquilo que vier a ver
Afinal, o que tenho de melhor
O espelho não vai mostrar
E nem muito menos dizer...

O que tenho de melhor
Eu vou contar aqui e agora
Não vou me fazer de rogada
É só esperar pra saber...

O que tenho de melhor...
Espere,
Estou pensando,
Não atrapalhe,
Calma,
Calma!!!
- Que coisa!!!
O que tenho de melhor?!!!
Vou contar: O QUE SERÁ?!!!


domingo, abril 20, 2008

REBELDE POR CAPRICHO



REBELDE POR CAPRICHO
De: Ysolda Cabral


Estou com a sensibilidade à flor da pele
Sempre que estou assim fico muito vulnerável
Tudo me afeta de maneira muito intensa
Querendo resolver todos os problemas e se não consigo
Fico profundamente triste comigo.

Mas é uma tristeza lúcida
Que trás clareza e entendimento
Para o meu espírito por vezes desiludido
Rebelde por puro capricho
Querendo negar que a vida é boa
- Como sou tola!

Tolice também é coisa válida
Mesmo que nos leve por caminhos tortuosos
Sem muitas perspectivas
Sempre nos salva do castigo
Quando quebramos literalmente a cara
E isto é verdade.

De uma coisa tenho certeza
Hoje vou tentar sorrir sempre
Mesmo que este sempre seja só agora
E se logo mais eu chorar
Não vou me importar
Afinal sorrindo e chorando
É assim que a vida vou levando.






quinta-feira, abril 17, 2008

SEI QUE SOU



SEI QUE SOU
De: Ysolda Cabral


Se eu fosse escultora
Não queria trabalhar com argila
Nem com nenhuma matéria prima
Que não fosse colhida
De dentro de minha alma
Quando ela está sentida.


Se eu pintasse um quadro
Queria que sua tinta escorresse
Para que os meus melhores sentimentos
Nele não ficasse e assim
Pelo mundo se espalhasse.


Se eu fosse um pássaro
Jamais voaria baixo
A não ser quando tivesse fome
Então mergulharia num vôo rasante
Para aplacar, inclusive, minha sede
Que chega a ser dissonante.


Ah! Se eu fosse o Sol
Estaria sempre entre o Nascer
E o seu Pôr...
Sem me opor a nenhum estado
Que ele quisesse permanecer.


E se eu fosse a Lua
Ficaria sempre a disposição
Dos poetas e dos enamorados
Para que esses me dedicassem
Sempre lindas homenagens.


Mas, como nada disso sou
E nem mesmo sei quem sou
Vou continuar pensando ser
Apenas Ysolda.

quarta-feira, abril 16, 2008

ENCANTADO LABIRINTO




ENCANTADO LABIRINTO
De: Ysolda Cabral


De qualquer maneira
Vou registrando meus momentos
Os bons e os ruins
Tentando encontrar
Uma definição entre eles...

Assim vou vivendo minha vida
Que, com certeza,
Não é uma vida mais ou menos.

Vida cheia de altos e baixos
Pequenas e insignificantes realizações
Grandes decepções
Enormes tristezas e pouca alegria
Muito sofrimento e nostalgia
Contudo, muita fé na agonia.

A lembrança
Já um tanto cansada
De sonhar coisas impossíveis
Ah, ingrata!
Recorre sem pudor ao Redentor
Com todo amor e fervor.

A resposta vem
O difícil é entender e perceber
O que ela quer dizer
E, quando percebemos
À hora já passou
E outra agonia se instalou...

Parece até brincadeira de criança
Tipo: esconde-esconde
Pega-pega
Bem-me-quer
Mal-me-quer...

Às vezes fico a pensar
Se existe algum lugar
Pra gente ser feliz de verdade
Será que a felicidade depende da sorte?

Quando chego neste ponto
Paro de tentar encontrar a porta de saída
Deste lindo e encantado labirinto
Que é a vida.

domingo, abril 13, 2008

MAU PRESSÁGIO


MAU PRESSÁGIO
De: Ysolda Cabral


Sinto uma coisa assim
Parecida com mau presságio
Pois um silêncio falso me sonda
Abraça-me e me deixa tristonha.

O que será que está por vir?
Mais um ente querido se vai?
Trazendo infinita tristeza, saudade
E logo num domingo de tarde?!

Domingo já é um dia ruim
É final de semana que chega ao fim
Início de semana chegando assim
O que será de mim?

Estou com vontade de dar o fora
Ir para um lugar bem longe daqui
Sem perspectiva de voltar
- É sério!
Talvez fosse melhor ir embora...

Ninguém mais teria notícias minhas
E de ninguém mais me lembraria
Mas, assim feliz eu não seria
Ai! Que dor medonha
Sinto bem aqui!

quinta-feira, abril 10, 2008

LIBERDADE DE ESCOLHA





LIBERDADE DE ESCOLHA
De: Ysolda Cabral


A partir de agora
Com toda minha lucidez insana
Declaro que não irei mais sofrer
Pois nenhum sonho mais vou ter.

Sonhar é bom
Contudo engana
E de enganos já basta!

Assim não vou me surpreender
Tudo virá com tranqüilidade
Se eu não me abalar
Com nenhuma verdade
Que ainda possa haver.

O tempo passou
Isto é incontestável
Porém nada acrescentou
Apenas destruiu
Todos os lugares que andou.
E isso não bastou?

Pois se a chama do amor
Não existe como os poetas cantam
A dor também não existirá
Para sentimentos que não acontecem
Ou, não avançam...

Amor é sonho, fantasia
E quando você pensa que o tem
Ele sorrateiramente vai embora
Deixando um vazio de saudade
Muita agonia no - E agora?!

Então todas as honras
À liberdade de escolha
E eu escolho não mais sofrer
Pois de amor, se nunca vivi,
Não será dele que vou morrer.

Quem vai lá saber...

terça-feira, abril 08, 2008

SOB RAIOS





SOB RAIOS
De: Ysolda Cabral

Você se olha no espelho
Encara-se com relativa tranqüilidade
Entretanto, você não se reconhece
E isto é a pura realidade.

Realidade desencontrada
Daquilo que você vê
E que não confere
Com aquilo que você sente
O que fazer?

Logo constatamos
Que o mais importante
É àquilo que, diante do espelho,
Estamos vendo
Assim e muito de repente...

Como, contra fatos
Não há argumentos,
É muito ruim ter que admitir
Que o que queremos,
Sonhamos, fantasiamos,
Já não mais podemos.

Foi embora com o tempo
Senhor absoluto
De todos nós, tolos entes,
Aqui, neste planeta, existentes.

Se em outros planetas
Houver vida e lá não existir
O ingrato e perverso tempo
Vou ficar muito chateada
De ter vindo parar neste tormento.

Merecia ser consultada
E uma escolha eu faria
Se, contudo, lhe soubesse
Por aqui, com certeza,
Outro lugar não iria me servir.

Mesmo que me jogassem
No sul e você no norte
Mesmo assim minha escolha
Seria mesmo para este planeta vir.

Desde que, tivesse a certeza
De nos encontrar em algum lugar
Sob raios de sol ou de luar
De trovões ou de relâmpagos...
Mesmo assim eu não iria me importar
Viria mesmo para cá.

domingo, abril 06, 2008

NOITE CALMA





NOITE CALMA
De: Ysolda Cabral


Uma noite calma e tranqüila tive.
Foi como se um Anjo segurasse minha mão,
Cuidando de mim com muito carinho.
Senti-me querida, amada
E muito protegida.

Que grande emoção!
Entretanto, em dado momento,
Ocorreu-me a possibilidade
De estar em outra galáxia...

Acordei, assustada!
Olhei ao meu redor
E não vi nada!
Apenas senti que,
Estava acompanhada.

Novamente, coloquei, suavemente a cabeça
Em meu travesseiro de marcela
E voltei a sonhar
O sonho que antes sonhava...
Sonhava com um amanhecer,
Belo e repleto de raios de sol,
Sobre mim...
E não é que,
Amanheceu assim!


quinta-feira, abril 03, 2008

A CANÇÃO QUE NÃO FIZ




A CANÇÃO QUE NÃO FIZ
De: Ysolda Cabral



Pensei em fazer uma canção...
Uma canção de amor, talvez.
Peguei uma folha de papel,
Um lápis e o meu violão,
Com toda minha avidez.

Comecei a dedilhar com carinho...
De quem sente muita saudade!
Solfejando baixinho,
Uma nova e bela canção,
Com toda minha verdade.

O papel esperando sua vez...
O lápis pronto para rabiscar...
Percebi desesperada,
O quanto iria decepcionar!

Os sentimentos se atropelando,
Num vai e vem constante...
Entre o antes e o agora.

Triste constato que,
Assim, o que virá,
Chegará sem demora,
Só para atormentar.

Resolvi então parar.
Quem sabe se não engano
Aquilo que virá?
Decisão tomada,
O som suavemente vai embora...

Dedos sem calos, frios e doídos,
Na minha mão...
Pesando toneladas;
Senti!
Então pensei:
Será que morri?!
Sei não...
Será?!
Talvez...