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sexta-feira, outubro 31, 2008

NOITE AGITADA - DEDICADA A ELI CABRAL









NOITE AGITADA - DEDICADA A ELI CABRAL
De: Ysolda Cabral


Cansei, cansei e cansei...
Parece mais aquela música
Que minha avó escutava do Cauby.
Mas fazer o quê?- Estou assim!

Preciso de descanso,
Preciso cair num bom pranto,
Preciso esquecer-me de mim...

Daqui e Dali...
Nossa, o "PC" endoidou!
Não quer colocar o "d" minúsculo.
Entendeu Dalí o pintor catalão.
- Que escorregão!

Acho que queria me ver sorrir
Igual a Eli
- E não é que conseguiu!

Juntar Cauby com Dalí!
Não sei não...
Ambos excêntricos,
Competentes,
Uma boa dupla...

Hei Ysolda,
Cuidado para ele
Não entender Supla!

Rock pesado agora,
Era mesmo um dobrado!

Eu vou é dormir,
Senão termina pintando
É o Caetano por aqui.

(Rsrs)
*************
PS. Viu, como melhorei rápido?
Beijoss querida prima/filha

quinta-feira, outubro 30, 2008

PREMONIÇÃO


PREMONIÇÃO
De: Ysolda Cabral



Como se já não bastasse à “engrenagem”
De meu coração ser “configurada“
Para bater em sua homenagem
Você ainda quer meus poemas só para você?

Ah! Isto não está certo e assim não pode ser!
E para mim o que há de haver?
Talvez algumas belas lembranças,
Até onde a mente alcança...
E, isto é muito pouco, pode crer.

Os sentidos por mais aguçados,
Nem sempre são dóceis e açucarados.
E, a premonição, comum na minha idade,
- Disse-me um dia um padre -
É muito falha e causa confusão.

Ele mandou que eu prestasse atenção
Aos avisos do meu coração.
Mas sempre que faço isso, dá tudo errado!
Eu é que de fato me arraso,
E você sempre é quem tem razão!

Oh, mundo doido esse da ilusão!
Ficamos sem saber onde estamos,
Sem saber para onde vamos,
E a mercê do coração.
******

Publicada no Recanto das Letras em 29/10/2008

quarta-feira, outubro 29, 2008

POR UM FIO


POR UM FIO
De: Ysolda Cabral


Nada escuto neste espaço
Como gosto do silêncio, para mim tanto faz
E dependendo, posso me tornar de aço
Não é engraçado, mas disfarço

Há tanta vida lá fora
Preciso ficar bem quieta
Talvez assim Ela pare
E espere por mim
Pois não vou me demorar

Sou como a música que ouço agora
A qual, no meio deste silêncio
Torna-se quase um choro
Um triste lamento

Contudo, logo vai acabar
É só esperar um pouco
Mesmo sabendo que posso mudá-la
Não seria correto, outros querem escutar
E a deixo livremente tocar

É que gosto de testar os meus limites
Pois sempre os ultrapasso
Mesmo ficando por um fio
E assim, sem medo, eu sigo...
********
PS. Publicada no Recanto das Letras


segunda-feira, outubro 27, 2008

TATUADA NA SUA ALMA



TATUADA NA SUA ALMA
De: Ysolda Cabral


Quero ocupar a sua mente
Em todos os momentos de sua vida
Quero que quando você acordar
Seja a minha essência a lhe desejar
O primeiro bom dia

E, sem me importar com seu estado de letargia
Vou sempre lhe passar boas e poderosas energias
Para que você se levante com fé e alegria
E possa realizar tudo o que quiser

Sempre estarei pensando e torcendo por você
E se nada sair conforme você precise e pretenda
Não se torture e nem desanime
Isso não é só com você que acontece

- Amanhã será outro dia, acredite!

Amo você assim:
Sem barreiras e sem limites
E sem ambicionar absolutamente nada
Afinal, sou o diferencial de sua alma
Nela não fui tatuada?

- “Ah! E, então?”

domingo, outubro 26, 2008

YLANA, A BOBOQUINHA, NO 1º ANIVERSÁRIO

NÃO SOU LINDA?
ILUSTRAÇÃO: CYLA DALMA


YLANA


De: Ysolda Cabral


Boboquinha,
Que para os olhos, é um colírio,
Diz o sábio bisavô Alírio.

Cheia de charme essa menina.
Sapeca e muito, muito bonita,
Claro, que puxou a titia!

- Palavras minhas.

Hoje, seu 1º aniversário, na web a dançar
Com sua avó Yara, daqui a cantar
A "criativa" canção, composta por ela,
"Eu que sou eu, eu que sou eu, eu que sou eu "
Felizes estamos a lhe parabenizar.

Você está tão contente que, através do monitor,
Quer vir para cá, nos deixando com o coração,
Repleto de amor, ternura e alegria.
E, assim, a canção de sua avó, se torna poesia.

Porém, como sou uma tia-avó super legal,
Não posso deixar de lhe lembrar:
"Mande vê" caprichado,
Na festa do seu aniversário.

Trele bastante e bagunce pra valer!
Os convidados acharão o máximo,
Seus pais ficarão encantados,
E, nós aqui de saudades,
Totalmente aniquilados.

Vai que é tua, Boboquinha!!!
Amamos muito você princesinha.


Feliz Aniversário!!!!

*****************************

QUE COISA!
De: Cyla Dalma


Chamam-me de boboquinha
Principalmente o meu bisavozinho
Mas eu sou mesmo é sabidinha

Sou simpática
Sou risonha
E miudinha

Sou venturosa
E carinhosa

A energia do meu eu
Vem d'alma que Deus me deu

Meu risinho
Apertando o meu olhinho
Vem mostrando meu dentinho

Aí, então!
O grande lumiar
Que vem do coração
Vem a iluminar
Com muita satisfação

O meu paizinho
A minha mãezinha
Meu avozinho
Minha avozinha
Os meus...

Até a minha tia-avozinha
Ysoldinha
Cansei!!!


sábado, outubro 25, 2008

BELA CANÇÃO


BELA CANÇÃO
De: Ysolda Cabral


Perder o rumo,
Perder o prumo,
Perder o sumo,
Eu iria.

- Quem diria!

Perder a energia,
Ganhar sabedoria,
Quando perdesse você,
Perderia a alegria.

- Não queria!

Só amor eu queria,
Só amor eu sentia,
Ficar sem você eu temia,
E ficava a cada dia.

- Quem diria!

Teria sido apenas ilusão?
Mas o amor era são!
Então, acho que não.

Com tormentas,
Com solidão,
Tendo sempre um senão!

- Era a condição...

Contudo foi amor,
Ou uma bela canção?

sexta-feira, outubro 24, 2008

NÃO MORRO MAIS



NÃO MORRO MAIS
De: Ysolda Cabral

A situação é a seguinte:
Estou no limiar...

Não sei se do sonho,
Ou se da realidade,
Ou se da total insanidade...

Agoniada e arredia.
Irritada e cheia de rebeldia.
Sem causa e sem ideologia...
E, sem guia, Ave Maria!

A boa idéia,
É me deixar quieta.
Preciso me refazer
Da besteira de ser...

Eu, que sou uma coisa tonta
E que se tiver de dar uma volta,
Vou morrer muito nova

- O que será de mim?

Chegar do outro lado da vida,
Rindo parecendo “Mané”,
Sem cara de defunto
E sem preparo para ré...

Ser julgada num segundo,
Sem direito a prova ou defesa
Serei condenada com certeza
A uma morta-viva indefesa.

Diante "dum" improviso desses,
Decidi: NÃO MORRO MAIS!
Querendo, pode anunciar
E em todos os Jornais.





quarta-feira, outubro 22, 2008

OU SE, SEI LÁ!

OU SE, SEI LÁ!
De: Ysolda Cabral


Interpretação...
Entendimento...
Julgamento.

Pouca alegria e muita tristeza.
Consequência: dor.

Percepção do puro e verdadeiro é raro.
É dom dado por Deus, se não tem,
Quem sabe se calar, ela não Vem?

Sou o que sou sem tirar e nem por.
Já me descrevi em prosa,
Em verso, em crônica...

E até em atitudes surpreendentes,
Dignas de filmes de ação,
Porém de terror, suspense, espionagem,
Não!

-Sou flor...
-Sou amor...
-Sou do bem...

Quando componho, sonho.
Sonho real e sincero.
Meu amor imaginário é verdadeiro,
E me leva, como dizia um amigo,
“Aos píncaros do mundo”
- Ou ele queria dizer da vida?

Já disse, também, que sou estopim.
Quando estouro, ou me estouram,
Estouro mesmo!

Sou touro, lembra?
Porém não causo estragos.
Não irreversíveis!

Um dia estourei de um jeito
Que fui parar em mil pedaços no espaço
E não é que voltei!

Então, não me leve a mal,
Não tente me advinhar.
Que necessidade há?

- Se sou louca,
- Se sou boba,
- Ou se, sei lá!

- Sou apenas Ysolda

terça-feira, outubro 21, 2008

ANJO E JARDIM SOBRE A MESA



ANJO E JARDIM SOBRE A MESA
De: Ysolda Cabral


As delicadas flores são amarelas e brancas.
Nem precisam de água e nem de nada...
A luz que ilumina e também faz sombra,
Apesar de vir de cima, não aquece e nem é santa.

Há um anjo de guarda
Que não guarda nada,
Sentado à sombra das flores
Olhando para mim,
Meio assim, assim...

Suas roupas de verde cetim,
Confundem-se com o verde das folhas,
Das flores, sobre um canto da minha mesa de trabalho,
Transformado num hipotético e lindo jardim.

Deixando o imaginário de lado
E olhando meu “jardim” com o coração,
Solitário de sonho e de ilusão,
Dou-me por feliz e satisfeita.

Pois só de olhar pra ele,
Vôo alto e nem vou pra minha terra...
E, como não sou amiga de rei
E nem sou nada,

Só uma louca e pretensa poetisa,
Também não vou pra “Pasárgada".

Vôo rumo a um lugar
Onde a tristeza não aja.
E se agir é logo neutralizada,
Banida, extinta de forma
Rápida e adequada.

Nesse lugar serei da alegria
A mais feliz rainha
Com ou sem meu rei.


*************

Hoje, 21/10/2008 - Dia do Poeta?
E não é todo dia, não? :)

PS. Foto: Jornalista Dilma Moura.

domingo, outubro 19, 2008

O MAR E SEUS CORAIS


O MAR E SEUS CORAIS
De: Ysolda Cabral


Certa manhã de raios de sol intenso
Vindos de um céu azul sem nuvens
Na beira do mar uma mulher caminhava
Incansavelmente, para lá e para cá...

O vento, como sempre indiscreto,
Trouxe-me aos ouvidos uma linda canção,
Cantada por um apaixonado coração.

Percebi que a voz que o vento me trazia
Era da mulher que solitária caminhava
E logo percebi sua indecisão...

Ora cantava uma canção
E ora cantava outra
Como se estivesse a decidir
Qual deveria cantar,
Naquela ocasião.

Fiquei encantada com o amor
Que seu semblante demonstrava.
Aquela mulher sabia amar e amava
Caminhava e cantava por que amava
Não se dava conta de mais nada.

Vez ou outra olhava para o sol
Como se ele fosse um relógio ao seu dispor
Foi quando percebi seu canto desafinar
E mesmo tendo o mar a lhe acariciar
A impiedosa tristeza chegou
Calando o seu cantar...

A partir daquele dia
Sempre que vou caminhar,
Para esquecer meus “ais”,
Procuro por ela
E não a encontro mais.
Será que o mar a levou
Para cantar em seus “corais”?

sexta-feira, outubro 17, 2008

DANADA DE BOA




DANADA DE BOA
De: Ysolda Cabral


Fui dormir bastante tarde
"Orkutiando" sem necessidade.
Quando hoje acordei
E no espelho me olhei,
Um bruta dum susto tomei...

Pense numa coisa feia!
- E era eu!!!
Ai, meu Deus do Céu, clamei.
Lembrei de quando mocinha
Isso não me acontecia
E me revoltei, pois queria.

- Coisa de gente muito doida.
- Conclui e decretei.

Será que tem solução?
Ah, exclamei!!
- Tem sim, Ysoldinha!
Para que serve a mágica Mirtes?

O pé torcido na calçada há dez dias,
Da bota depressa tirei.
Tomei um banho caprichado,
Coloquei uma roupa confortável,
E para lá rumei...

Sai de lá bonita pra danar
Eu me achei!!!
E sabe por quê?
Vi o sorriso de todos
Quando lá cheguei.

Coisa mais danada de boa,
Não tem!

*****************
PS. Mirtes minha competente cabeleireira

quarta-feira, outubro 15, 2008

APENAS EU




APENAS EU
De: Ysolda Cabral


Precisava arrumar a minha “casa”
Para entrar nessa nova viagem.
Deixando tudo organizado
Sem deixar nada de errado.

Achar lugar para guardar tudo,
Não foi fácil de encontrar.
Como por exemplo, a juventude que,
Guardei no recipiente da lembrança
Bem fechado e em local arejado
Para noutra ocasião usar.

Os sonhos, as fantasias e as quimeras
Meus “bibelôs gêmeos” mais ricos e preciosos
Os levei para o mar e lá os deixei para as Sereias
Se enfeitarem em noite de lua cheia.

A beleza, a vaidade nunca admitida
E os desejos efêmeros
Joguei na lata do lixo dos supérfluos sentidos
Sem relutar e sem remorso
Confesso até que, com certo alivio.

A esperança,
Deixei na varanda de minha “casa”
Para quem quiser com facilidade levar
Sem precisar de ninguém ter que roubar.

Na minha bagagem levarei apenas eu
Vazia, sozinha, repleta do nada
Contudo com pés firmes na estrada
Por onde não passa o “Transporte Poesia”...

Todavia, por mim passa
A certeza de querer voltar um dia
Para a mesma minha morada.

*****

Publicado no Recanto das Letras em 15/10/2008
Código do texto: T1230241

domingo, outubro 12, 2008

CRATERA DE VULCÃO




CRATERA DE VULCÃO
De: Ysolda Cabral


De toda gente que existe nesta terra
A que eu gosto mais é da gente criança.
Mesmo a mais peralta e mentirosa,
É verdadeira e não lhe engana...
Às vezes apenas cansa.

Você olha para ela e sabe de quem se trata.
Daí você brinca, conversa ou ignora.
E, dependendo do amor que você sente por ela,
O resultado será ganhá-la ou perdê-la.

Àquela que vaga pelas ruas e nos sinais
Das grandes e pequenas cidades,
Daqui e de todo este planeta,
Criança, infelizmente, não é mais...

Fazer algo por ela é possível.
Contudo, o resultado é desanimador.
Posto que, o sofrimento foi tanto
Que fez dela sem coração.

- O que ficou no peito?
- Uma “cratera de vulcão”.

Por isso, hoje, 12 de Outubro,
Dia da nossa Padroeira

Mãe de Jesus – Menino
Mãe de Jesus - Verdade
Mãe de Jesus - Bondade
Mãe de Jesus - Que Tudo Pode...

Vamos rogar a Ela
Para que no lugar das “crateras de vulcões”
Retorne os inofensivos e inocentes corações
Ao peito de todos esses perdidos meninos.

sábado, outubro 11, 2008

BURACO NEGRO





BURACO NEGRO
De: Ysolda Cabral


Parada!
Estática!
Nada!

É um sofrimento...
Como se sente?

Tolhida...
Inibida...
Atada...

Olhe o perigo!

Saindo do infinito,
É só vácuo.
Fundo...
Culto...
Oculto...

Cadê o mundo?

Escureceu...
Desapareceu...
Em qualquer buraco negro;

Feneceu...

E, eu?

quinta-feira, outubro 09, 2008

O QUE SOU?


O QUE SOU?
De: Ysolda Cabral


Sou fraca,
Sou boba,
Sou louca,
E nem poeta sou...

Se sujeita a punição,
Estou pronta!
Sem medo ou aflição.

Estou no Sul,
Ou estou no Norte?
Não me desnorteie a conclusão!
Fico sem sorte.

Sou eu aqui e lá.
Não vou mudar.
Pra mim deve haver um lugar...

Pode ser em qualquer jardim,
Mesmo sem ser flor.
Mas erva - daninha também não sou!

O que sou?
*********
Visite:

quarta-feira, outubro 08, 2008

A MORTE DO ORVALHO



A MORTE DO ORVALHO
De: Ysolda Cabral



Ajude-me, pediu.
Sem relutar, tentei!
Chorei, sofri, quase morri
E nada resolvi.

Sou uma planta... Não santa!
Sou pele curtida
Pelo sol do tempo
E pela solidão do abandono
De um terrível lamento.

Como orvalho no ar,
Sem pétala para me segurar,
Deixo de enfeitar e brilhar.
Termino por MORRER
Num asfalto quente.

Vezes há que me sinto brisa
Como aquela que vem do mar.
E, em dias de muito vento,
Simplesmente não existo
E me contento.

Há escolhas que machucam o coração da gente.
Outras aliviam e logo a gente sente.
Melhor seria não precisar fazê-las
Mesmo que para isso,
Nunca tivéssemos que vivê-las

**********
PS. Minha página no Recanto das Letras
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39114

terça-feira, outubro 07, 2008

DEVOLVA A MINHA ORELHINHA




DEVOLVA A MINHA ORELHINHA
De: Ysolda Cabral


Sou naturalmente muito desligada e muito pouco observadora a não ser que, me programe para esta finalidade. Entretanto, aonde houver crianças estou sempre alerta. Primeiro por que elas me deixam em verdadeiro estado de Graça e tudo o que elas fazem acho lindo e maravilhoso, mesmo as mais peraltas – com essas fico duplamente alerta - e, segundo; por que elas são verdadeiramente puras, sábias, inteligentes e sinceras. – Sempre aprendo muito com elas... Senão, vejamos:


Meu secador de cabelo quebrou e como estávamos nos preparando para viajar, resolvi comprar outro. Fui rapidinho no Shopping mais próximo de nossa casa. Quando lá cheguei, percebi que era dia de liquidação e tive vontade de nem entrar, mas... Entrei.


Corri na loja aonde eu tinha certeza que encontraria o que procurava. De repente, um garoto de uns três anos começou a gritar por que queria alguma coisa. Sua mãe tentava acalma-lo e quanto mais ela falava, mais ele gritava e gritava e gritava... A mãe perdeu a paciência e lhe deu uma palmada. Foi o bastante para que ele se jogasse no chão esperneando e gritando ainda mais alto.


A loja simplesmente parou em volta do menino e de sua mãe. Os clientes, mais que depressa tomaram posição. A maioria a favor da mãe bater mais no filho e do outro lado, à minoria, contra. No chão, o menino roxo de raiva, rodando que nem pião, gritava mais alto ainda.


Fiquei mais impressionada com a força do pulmão daquela criaturinha tão pequena do que com a própria situação. Eu já estava com uma dor de cabeça terrível e louca para sair dali. Não tinha jeito! A porta de saída já estava completamente tomada de curiosos.


No fundo eu queria saber o que afinal o garoto queria e como aquilo iria terminar. Foi quando um rapaz, elegante e bem vestido saiu do meio da multidão, e, pedindo permissão a mãe, foi falar com o garoto. Falou algo baixinho em seu ouvido. De imediato, ele parou de gritar e de rodar no chão, se levantou, pegou a mão de sua mãe e foi embora.


Alguém perguntou ao rapaz o que ele havia dito ao menino que o fez parar o “ataque” como num passe de mágica, o rapaz apenas sorriu e nada falou.


Lembrei-me então do filho de uma amiga minha, da mesma idade que, certa feita, um desconhecido lhe fez um carinho na cabeça roçando levemente em sua orelha.


Ele muito contrariado, falou: “mamãezinha manda ele devolver minha orelhinha!” E, só sossegou quando a minha amiga pediu ao estranho que assim procedesse. Ou seja, passasse novamente a mão na cabeça de seu filho e, assim a orelhinha fosse devidamente devolvida.


Fiquei a matutar : o que teriam tirado daquele menino, naquele dia no Shopping?

sexta-feira, outubro 03, 2008

COMO DEIXEI DE FUMAR







COMO DEIXEI DE FUMAR
De: Ysolda Cabral


Fumei dos onze aos quarenta anos. Com apenas uma interrupção no período gestacional. Fumava porque gostava de fumar. E, achava que, no dia que eu quisesse eu pararia. Bastaria passar um dia sem o cigarro.

À medida que o tempo passava, mais dependente do fumo eu ficava. E, isto sem o cafezinho, pois nunca gostei de café.

E, mesmo com meu esposo sem fumar e uma filha muito alérgica eu não conseguia parar. Que vício desgraçado! - Mas nada fazia. Era totalmente dependente, tinha que admitir.

Ao completar quarenta anos, resolvi ir a um pneumologista. Ao concluir todos os exames e avaliações, o médico me deu os parabéns por meus pulmões terem agüentado o “tranco” tantos anos. E, acrescentou que, se eu parasse não teria nenhuma seqüela futura e este fato era coisa muito rara.

Então lhe disse que iria parar imediatamente e lhe contei que havia “enfiado” na minha cabeça que, se eu conseguisse passar um dia sem fumar, não fumaria mais. O médico foi radicalmente contra e prescreveu um “quite” , composto de contrato, vídeo, fita cassete e adesivos que eu teria que usar, a base de nicotina. Assim, eu deixaria de fumar gradativamente e ao mesmo tempo eliminaria essa substância maldita do meu organismo. E, garantiu que, se eu deixasse em um dia, com toda certeza, voltaria a fumar.

Comprei o tal “quite” li o contrato e assinei. Tomei um banho e após me enxugar, abri a caixa dos adesivos. Tirei um, descartei e o colei no peito. Fui para o espelho, apenas vestida daquele pedaço de plástico ridículo e me encarei. Que imagem patética e deplorável!

Indignada comigo arranquei aquilo do peito, joguei na lixeira, me vesti e saí do banheiro pronta para a “batalha”. Pedi para o meu esposo avisar no meu trabalho que eu não iria naquele dia e, já que ele estava de férias, fosse passar o dia fora com a nossa filha.

Fiquei só e a vontade de fumar chegou avassaladora, da janela do nosso apartamento, vi um senhor passar lá em baixo na rua, e, sacudir o “góia” , ainda acesso e de tamanho generoso no asfalto. Fiquei a olhar fascinada aquele “toco” de cigarro. Apavorei-me e pensei: meu Deus do Céu a que ponto cheguei!! Morri de vergonha e chorei, chorei, chorei e rezei, e rezei e rezei... Ah! Nessas horas não tem coisa melhor!

O dia foi passando e fiquei também sem comer com medo de que se comesse à vontade de fumar aumentasse.

Finalmente, as 19:h, tomei um banho e cai na cama. Dormi na mesma hora de pura exaustão. Acordei às 07:h do outro dia. Botei a “cara” no chão e agradeci a Deus. HAVIA DEIXADO DE FUMAR.

Feliz fui trabalhar. Ao chegar no meu local de trabalho, contei para uma colega - fumante inveterada – que havia conseguido deixar de fumar e em apenas um dia. Ela deu uma risada debochada e duvidosa. Pegou um cigarro, acendeu, soprou na minha cara e me ofereceu.

Agradeci-lhe a “gentileza” e ainda agradeço.

Faz quatorze anos que deixei de fumar sem nunca ter tido vontade de voltar.

Faça o mesmo. Você consegue!


VIOLÃO PEDE DIVÓRCIO




VIOLÃO PEDE DIVORCIO
De: Ysolda Cabral



Ah! Nunca me senti assim.
É muito ruim!
Estou com uma dor tão grande,
Maior não poderia ser.
Então, lá de dentro de mim,
Alguém diz: cante!


Tudo bem.
Vou cantar a plenos pulmões.
Chorando, pego meu velho violão.
E ele como está desafinado,
Ficamos perfeitamente combinados.

O acorde vai para um lado,
Minha voz para o outro,
O choro faz a percussão,
A lágrima dita à canção.
Fico com o coração aliviado...


Ainda bem que não somos escutados...
Caso contrário, seríamos definitivamente calados.
Por que o som que fazemos
É um verdadeiro lamento de dor.
Que horror!

Paro e começo a escrever.
Fico até mais aliviada.
E o meu violão a minha esquerda a me olhar,
Como quem indignado me dissesse:
Que mania você tem de querer
Me massacrar quando triste está!

Ainda bem que parou,
Pois estávamos tão desencontrados,
Que desejei de você estar divorciado.
Você não acha que seria o mais acertado?

Parei, o encarei com coragem
E lhe disse claro e em bom som:
Nem pensar!
Como poderia eu viver
Sem você para “acordar”?

quarta-feira, outubro 01, 2008

SOBREVIVÊNCIA



SOBREVIVÊNCIA
De: Ysolda Cabral

Neste momento minha lucidez é tanta
Que me surpreende e encanta.
Chego à conclusão que gosto de mim
Tresloucada e corajosa por inocência
Sonhadora e otimista congênita.

Somente para testar a sorte,
Perco o rumo de propósito.
Ando por lugares nunca vistos
E ao sair deles, lhe garanto
Sempre os deixo mais bonitos.

Às vezes fico meio cansada,
Sofrida e com a sensação do nada.
Paro, penso e me repreendo, dizendo:
Você já devia estar acostumada!

Mesmo assim continuo a caminhada
Sem projetar, sem pesquisar,
Sem pretender e sem almejar
Só me deixando levar...

Nas asas do destino,
Por estradas com dálias e espinhos,
Guiando-me apenas pelo instinto,
De sobrevivência necessária.