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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

A BEIJA FLOR E MACARRONADA


A BEIJA FLOR E MACARRONADA


Estava dormindo e de repente o celular me acorda. Olho o relógio 02h43min. Era minha filha avisando que já estava voltando para casa do Carnaval do Recife Antigo. Resolvi me levantar, até porque não conseguiria mais conciliar o sono. Fiquei, inclusive, surpresa de ter conseguido, pois normalmente quando ela sai não consigo dormir enquanto não volta pra casa. Entretanto, como comecei o feriadão com fortes dores na coluna e tendo que apelar para alguns analgésicos, deduzi que foram eles que me derrubaram literalmente.

Sem paciência para o “PC”, nem para ler e nem para assistir filmes liguei a TV - coisa rara de acontecer - e qual não foi minha surpresa, dei de cara com minha escola do coração a "Beija Flor" - entrando na avenida.

Quando ouvi a voz do Neguinho - o qual acabara de casar na Sapucaí - meu coração disparou e na tela ele apareceu lindo, forte e maravilhoso de branco cantando a plenos pulmões todo o seu amor pela escola e pela VIDA.

– Que coisa mais linda de se vê!!

De repente, no canto da tela um informe muito especial – o seu batimento cardíaco estava em 169 p/min. Nossa Senhora, que emoção!! - O meu deveria estar também nessa ordem.

- Que coisa mais louca!!

Havia ido me deitar meio triste, chateada e conjecturando como a gente muitas vezes engole elefante e se engasga com uma formiguinha... Pois é! Mas, quando me deparei com “minha escola” esqueci tudo. Sou assim! Não consigo ficar chateada por muito tempo. E, esquecida completamente do que havia me chateado e até da dor na coluna, me deixei levar e encantar pela beleza da escola.

Seu samba enredo contava a história do banho, desde antes de Cristo até os dias atuais e tudo estava lindíssimo e impecável. Com quase cinco mil componentes – entre eles a primeira dama Dona Marisa - contagiando todos com seu sorriso simpático. - Gosto dela e gosto muito, desde poucos dias atrás quando acertou o presidente Lula de jeito. - Ô mulher “porreta”! Ele, do camarote, acompanhava tudo de perto e sob o olhar atento dela. - E, ele era besta de assim não proceder? (Rsrs)

Finalmente, minha filha chega e olha para mim com aquele olhar que só filha tem e diz que está com fome de macarronada, pode?

- Ah! Nem morta eu iria pra cozinha. E, não é que ela foi?

Resultado perdi o sono e depois de ver minha escola desfilar e de uma suculenta macarronada – a primeira feita por minha filha – resolvi vir para cá e esperar o dia amanhecer.

Na minha janela, um beija-flor me dá bom dia.

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Publicada tb no Recanto das Letras.