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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

CORAÇÃO DE POETA


CORAÇÃO DE POETA
De: Ysolda Cabral


Recebi uma mensagem de um poeta e amigo virtual, o qual lendo um dos meus últimos poemas publicados no Recanto das Letras e também no blogger Apenas Ysolda - “Amanhecer ao Léu” - observou a controvérsia que há no coração dos poetas.

Fiquei a refletir sobre seu comentário. Entendo e concordo com ele, mesmo não me considerando uma poetisa na mais vasta expressão da palavra, sei que tenho uma sensibilidade que dita meu comportamento de maneira surpreendente e isto, mesmo sem querer, fica evidente em cada verso que componho. Fato gerador de polêmica, debate, interpretação variada e até mesmo preocupação. (Rsrs)

Quando engravidei, a primeira coisa que me ocorreu foi pedir a Deus que minha filha não viesse com a minha sensibilidade para que não sofresse tanto pela vida a fora.
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Desde que me entendo por gente queria dar um jeito para que todos fossem felizes, mesmo que isso significasse abrir mão de minha própria felicidade. Involuntariamente e sem nenhuma pretensão sempre tomava as dores dos menos favorecidos. Sofria duplamente quando não conseguia ajudar e isso ficava bem evidente já nos meus primeiros poemas e crônicas que escrevia para os jornais de minha cidade.

Sempre a rir, a cantar, a chorar e a escrever, levava e ainda levo a minha vida em função dos outros sem conseguir mudar. E o que mais me entristece é perceber que, a maioria das pessoas não está nem aí para nada. O egoísmo, o interesse, a ambição, a vaidade, a falta de bondade, de sinceridade, de amor pelo próximo e a falta de fé em Deus, cada vez mais predomina, assusta e apavora... A alma do poeta sofre e seu coração fica doente.

Se todos ao meu redor estão felizes; fico feliz, leve e solta, se não; morro de tristeza. Quando me pedem para escrever sobre determinado tema, normalmente pergunto a razão – se por antecipação eu já não souber – se for algo dolorido, escrevo sentindo a dor em mim.

Ely Cabral, minha prima do coração, da última vez que esteve comigo me pediu antes de ir embora para que, quando eu escrevesse algo triste, por solicitação de alguém, fizesse a observação no final do texto para que ela não ficasse tão preocupada comigo. Mas, como fazer uma coisa dessas se quando escrevo o sofrimento já é meu?

Entretanto, nem tudo comigo é de todo sem jeito uma vez que, não deixo a tristeza esquentar assento em minha “casa” por muito tempo.E assim vou levando a minha vida aos trancos, barrancos, confundindo e sendo confundida.

É exatamente por isso que acho minha vida incrivelmente rica e muito generosa quando me inspira a compor tantas poesias que enternecem bondosos corações.

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Publicada também no Recanto das Letras