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terça-feira, março 31, 2009

É ÉTICO, MORAL E LEGAL? - Ô POVO CHATO!


É ÉTICO, MORAL E LEGAL? - Ô POVO CHATO!

Nossas atitudes sempre devem ser politicamente corretas, certinhas e dentro de um padrão estritamente de acordo com a cultura de nosso povo e de nossa região. E, quando alguém extrapola, apenas um pouco, é logo considerado meio louco, irresponsável... Enfim, uma pessoa não muito confiável.

A capacidade e a qualidade de se ser espontâneo, autentico, feliz é sempre ridicularizada e criticada impiedosamente.

- Fico furiosa e muito indignada com atitudes assim.

Hoje, no trajeto casa x trabalho, fiquei presa num engarrafamento daqueles! Sem esquentar – nunca esquento no trânsito – relaxei e “tasquei” o “reggae” de Armandinho no som do carro, o qual juro aprender a tocar e a cantar.

No ritmo da música fiquei “debreando e freando” numa boa. De repente, o trânsito parou. Na faixa do lado uma “garota” de uns 60 anos fez sinal para que eu abaixasse o vidro do carro para que ela pudesse ouvir a música também.

- Imediatamente atendi ao seu pedido.

Como o reggae já estava no final, voltei à faixa para o começo e aumentei o volume. Ela não teve dúvida. Desceu do carro e em plena avenida beira mar, começou a dançar.


- Ah! Que coisa mais bonita de se vê!

Na outra faixa um “velho, chato e rabugento”, de uns 25 anos, começou a xingar; os motoristas impacientes começaram a buzinar – odeio buzina – e como o trânsito não fluía, resolvi me divertir com a inusitada situação em que eu me encontrava.


A essa alturas a “garota” pedia bis. Imediatamente atendi - claro! Neste momento alguém gritou para mim: “não dá corda a essa doida, desliga essa m.!”

- Acho que tenho imã, só pode ser!

Por que essas coisas acontecem comigo?!

- Cegueeeeiiii!

Aumentei o volume do som e desci do carro com tudo. Pus-me a dançar com ela e só não tirei os saltos por conta do asfalto quente.

O “velho” de 25 anos quase enfartou de tanta raiva. Quanto ao resto; eu não sei contar. Sei que, neste momento, não existia naquela avenida e naquele engarrafamento, num calor de mais de 35 graus, alguém mais feliz que ela e eu.

- Mais que povo chato!


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Nota de esclarecimento: quando componho uma poesia, viajo que nem balão. Entretanto, minhas crônicas, são absolutamente fatos reais vivenciados por mim ou por pessoa de meu conhecimento. Posso aumentar um pouco, é natural para "colorir" o texto. Contudo, não invento. Não escrevo "CONTOS".


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Publicado no Recanto das Letras em 31/03/2009Código do texto: T1515419

segunda-feira, março 30, 2009

"EU VOU TE SUBORNAR COM MEU AMOR"



" EU VOU TE SUBORNAR COM MEU AMOR"
De: Ysolda Cabral

Mãe de adolescente sofre!Eu estava ontem a noite às voltas com um trabalho de Economia, quando minha filha me pediu que a levasse em determinado local, aonde aconteceria uma apresentação de uma banda musical, pela qual ela tem um interesse todo especial. O “gato”, que faz o vocal, é seu namorado. O garoto é um encanto e gosta de poesia também. Já compôs até uma música para ela, a qual morro dizendo que é horrorosa – ela bola de rir e diz “ô mamãe nem sabia que você era tão ciumenta!" – E nem eu... (Rrrs)

Bom, fiquei meio contrariada de ter que sair naquela hora, pois com certeza aquela interrupção tiraria minha concentração e quando eu voltasse teria que começar tudo novamente. Mas, fazer o quê?! Então lá fui eu e do jeito que estava – descalça, de short e camiseta.

Pegamos o elevador e chegando ao térreo, o porteiro olhou para nós com uma cara bem estranha...
Eu, toda encantada com minha filha a caminhar na minha frente, em direção a garagem, foi quando compreendi a cara do porteiro e caí na risada – adoro rir e rio de tudo, principalmente de mim. É que formávamos uma dupla bem interessante; ela toda pronta e arrumada, em cima de altíssimos saltos e eu... Bem, eu estava com o meu cabelo bem maneiro, afinal Mirtes deu um “grau” bem legal no sábado... E, muita gente gostou...!
Minha filha, sem entender nada, me perguntou por que eu estava rindo tanto e eu lhe respondi que, ela havia passado horas se arrumando e era eu quem o povo ( leia-se o porteiro ) estava achando bonita. Ela sorriu balançando a cabeça, me deu língua e lá fomos nós. - Antes, fomos buscar uma amiga dela.

Logo em seguida, coloquei um CD e comecei a cantar e a dançar esquecendo completamente que não estava só. - Eu adoro música e só dirijo com o som em toda altura, e, competindo com ele em termos de volume.

(Rsrs)De repente escutei minha filha falando para a amiga: “você conhece alguma mãe que goste de reggae? E ambas caíram na risada e começaram a cantar comigo e Armandinho – o cantor do CD –” sentimento / você não sabe o que se passa aqui por dentro/ sentimento para mim é documento/ de alguém que tem muito amor pra dá / e eu quando te encontrar / vou te falar das coisas que eu sinto... / eu vou te subornar com meu amor / eu vou te subornar com meu amor...

Ao chegarmos a nosso destino, ouvi alguém gritar: é tia Ysolda que veio trazer Yauanna!!! Não deixa ela ir embora sem que a gente dê um monte de beijo nela!!!! - E o trânsito literalmente parou, a rua engarrafou e eu toda "fofa" e de soslaio, constatei o orgulho, mas também o ciúme enorme de minha princesa. Tem coisa melhor na vida?!- Ah, “Eu vou te subornar com meu amor..."

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Publicado no Recanto das Letras em 30/03/2009Código do texto: T1513874


domingo, março 29, 2009

SEM PERDÃO


SEM PERDÃO ( A PEDIDOS )
De: Ysolda Cabral


Usando a saudade como tema,
E a plenitude do meu amor,
Compus-lhe um lindo poema.

- Eu achei!

Coloquei em seu caderno,
Se você leu, não comentou.
Ele ficou ali sozinho e esquecido,
Quando vi senti horror!

- Pareceu-me filme de terror!

Mais que depressa o destruí,
Nem pela falta dele você deu!
Nunca mais lhe deixei um poema,
Todos passaram a ser só meus.

- Belos versos seus...

Assim a dor foi embora,
E o meu sorriso retornou.
Juro-lhe, meu amigo,
Estou muito feliz assim comigo...

- Tão faceira e mais bonita!

Cansei de esperar que você entendesse,
Como o meu amor era lindo e perfeito...
Contudo, você só via impossibilidade e defeito!!

- Quanta tolice...

Nunca lhe pedi nada que você não pudesse dá!
Queria pequenos gestos de carinho, um pouco de aconchego,
Um colo, um carinho, ou um suave toque de mão...

- Sei não...

E que, em noites frias, você lesse para mim aquele poema,
Sem métrica e sem rima, o qual aos meus ouvidos,
Soando como canção, me fizesse dormir sobre o seu coração.

- Para você, há perdão?
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Publicada tb no Recanto das Letras.

quarta-feira, março 25, 2009

QUERO RECEBER UMA CARTA


QUERO RECEBER UMA CARTA
De: Ysolda Cabral



Perambulando pelo Recanto para desopilar um pouco dos dissabores que a vida cisma de nos presentear quase que diariamente, parei na página do Tristão - não o Tristan de Isolde – mas o nosso de Alegrette, e, me deparei com um dos seus textos, por sinal muito bem escrito, o qual contava a dúvida de alguém em como começar a escrever uma carta.

Comecei a lembrar do passado... Não de um passado tão distante assim, mas um passado que ansiávamos pela chegada do carteiro trazendo a carta do amigo, da amiga... E se fosse do namorado a emoção era indescritível.

Nada superava uma carta do namorado... Normalmente chegava trazendo até o cheiro dele – colônia pós-barba e o cigarro Hollywood que fumava.

A sensação era extremamente boa e nos deixava felizes por dias e dias. Nas noites insones, tão corriqueiras na adolescência, não precisávamos contar carneirinho e nem ler o “Profeta”, bastava saber a carta debaixo do travesseiro para termos lindos sonhos independente de serem dormindo ou não.

Quando o namoro terminava a primeira providência era queimar todas elas. No fogo colocávamos o suposto insubstituível amor, a saudade e a frustração. O fogaréu era grande, mas funcionava que era uma beleza!

Hoje o Correio só nos trás cobranças, folders idiotas entre outros de total irrelevância. No correio eletrônico, só e-mails e na grande maioria, vírus e propagandas mais idiotas ainda.

Que saudade de receber uma carta!

Resolvi parar de escrever e de me lembrar do passado e fui fazer um pequeno lanche.Por onde passava, ao encontrar pessoas conhecidas perguntei se não queriam me escrever uma carta. Riram e me olharam como se finalmente eu estivesse endoidado de vez.

- Que coisa!

Só queria receber uma carta...

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Publicada tb no Recanto das Letras

E, para saber como adquirir o livro" O Andar do Tempo" do competente escritor Airton Lócio, veja matéria abaixo publicada em 23/03/09.

terça-feira, março 24, 2009

UMA FLOR NO CABELO


UMA FLOR NO CABELO
De: Ysolda Cabral


Essa viagem é nossa...
Na estrada o dia amanhece...
Eu e você finalmente juntos,
Aquecidos pelos raios de sol,
Recém acordados...

O destino não importa...
Tudo é lindo a nossa volta...
O céu está azul e as nuvens brancas,
Sorriem para nós com cumplicidade e ternura.

Nada falamos...
Nada precisamos...
Nada mais queremos...
Estamos juntos...!
E isso é tudo que não planejamos...
Apenas por um longo tempo sonhamos...

A paisagem passa ligeira...
E o cheiro do ar imaculado,
Nos refresca dando coragem,
Para seguir em frente...

Estamos donos absolutos
Do nosso destino,
E da nossa vontade...

Sentindo a presença um do outro,
E respirando o mesmo ar...
Sua mão a acariciar o meu rosto,
Fatigado pela espera e pelo tempo,
Estamos no infinito de nós mesmos...

Pássaros, borboletas e agrestes flores,
Colorem o dia de forma mais bonita...
As árvores carregadas de frutos,
- Laranja, manga, ingá, umbu,
Jambo, jabuticaba dentre outros -
Deixa-nos com água na boca...

Paramos e nos saciamos com prazer...
Dando graças à Mãe Natureza
Que de bom grado,
Saciou nossa fome e a nossa sede...

Você lindo e brejeiro colhe uma flor,
Coloca em meu cabelo!...
Fico bela...
- É você quem acha!
Estou completa, inteira, pura e sua...

Então acordei!
Estava sonhando um sonho antigo...
Um sonho de menina...
O qual se repetiu enquanto dormia
A mulher que hoje sou.


segunda-feira, março 23, 2009

CULTURA E INFORMAÇÃO


LIVRO " O ANDAR DO TEMPO" do meu amigo e parceiro literário Engenheiro Civil, Pesquisador e Filosófo AIRTON LÓCIO - foto acima - já à disposição na loja virtual abaixo indicada:

Descrição

Págs:335
Tipo: Livro
Idioma:Português

Sinopse:
O ser humano Impulsionado pela sua essência tem o desejo de saber de onde veio e para onde irá por isso se pergunta:

“Quem somos nós?”
“Por que estamos aqui?”

E assim filosofa... sonda caminhos... tenta adivinhar o futuro... olha para trás, garimpa algo nos seus ancestrais, seduze-se com a possibilidade de achar o sentido da existência. Este livro nada mais é do que o desejo de reverenciar uma nesga de alguns ancestrais, o culto, o respeito, perguntas...

Divide-se em três Tomos.

O Primeiro Tomo relata os fatos mais importantes da história da Europa, no período de 1618 até 1774, e de Pernambuco, entre 1774 a 1837.Na Europa, inicia na cidade imperial de Goslar, Alemanha, e narra a Guerra dos Trinta Anos, o envolvimento da Suécia e o Tratado de Paz, em Vestfália; segue o casamento de D. Maria Sofia de Neuburgo com D. Pedro II, rei de Portugal; a Guerra da Sucessão Espanhola; e o reinado de D. João V de Portugal, o Magnânimo, cheio de opulência graças ao ciclo do ouro do Brasil-colônia, até o grande terremoto e maremoto de Lisboa. No Brasil — desde a migração do patriarca “Jorge Eugênio de Locio e Seilbis” — descreve, praticamente, ano a ano, o mundo pernambucano: secas, misticismo, Recife, sua vida social e administrativa, academias secretas, conjurações, sonhos, revoluções...
O Segundo Tomo trata da pesquisa genealógica da família “de Locio e Seilbis”, e subdivide-se em duas partes:• Parte I – Árvore; e• Parte II – Documentos.

O Terceiro Tomo engloba Informações Gerais:

• Índice Geral;
• Índice Onomástico;
• Índice de Referências;
• Indice Toponomástico;
. e Bibliografia.

O autor

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Obs. "O Andar do Tempo" já é parte do acervo da Biblioteca Municipal de Coimbra-PT.

Parabéns, meu nobre amigo, pela valiosa contribuição literária.

Ysolda Cabral

sexta-feira, março 20, 2009

DESPEDIDA ( A PEDIDOS )


DESPEDIDA ( A PEDIDOS )
De: Ysolda Cabral


Não adianta dizer “sou o que sou.”
Um dia você vai entender o que fui pra você.
Sentirá a minha falta mesmo eu estando na sua alma.
E, com certeza, se questionará:
- O que fui fazer...?!

Ela cuidava de mim...
Do jeito dela – eu sei –
E cuidava com todo o amor
Que lhe despertei.

- E o que fiz?!
Educadamente, como um cavalheiro que sou;
Recusei!
Achava que estava certo...

- Será que não errei?
Não sei...

Hoje estou pela metade...
- Ela também!
Cadê as mensagens, as poesias, os dias...?
Os arroubos intempestivos de saudade...?
- Sem eles o que farei?!

Quanto a mim... Ah! Quanto a mim...

Vou chorar ainda mais.
Como chorei ontem, choro agora,
E vou chorar toda hora que lembrar de nós...
Contudo, vou embora...
E, vou agora!

Comigo levo a poesia que você fez pra mim;
Os poucos carinhos e uma profunda saudade
Daquela noite que você pego de surpresa,
Se deixou ser meu apenas com um beijo

E ficou bem perto de você dentro do meu peito.


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Publicada tb no Recanto das Letras



quinta-feira, março 19, 2009

PSICOLOGIA JURÍDICA


PSICOLOGIA JURÍDICA
De: Ysolda Cabral


Da LEMBRANÇA pouca coisa...
-Acredite!

Os AFETOS foram reduzidos, incompreendidos...
Os DESAFETOS perdoados...

-Tenho tido e dito.

DESEJOS reprimidos são aceitos,
Adiados ou extintos de fato...

- No ato!

Já os SONHOS são assumidos...
Menos àqueles que serão punidos,
Para não correr o risco de “dormir” em pleno dia.
Ou ir parar numa pedra fria sem alvo.

- O que não seria obra do acaso...

É assim que me proponho estudar com “AUREA”,
Digo: com AURA e ensaio:
PSICOLOGIA JURÍDICA é fria!
Reprova e mata gato e gata...

- Sem garra...

E com ou sem o PSICO da MENTE, que não mente.
É LOGOS do estudo...

- Trabalho que não é engraçado comumente...

Quanto ao SENTIDO da PALAVRA...
Eu resmungo uns versos tolos e sem rimas,
Vindos de um coração apaixonado,
O qual anda triste e em pedaços,
Com “Tum, Tum” descompassado,
A caminhar manco pelos corredores da FAPE.

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Publicado tb no Recanto das Letras

quarta-feira, março 18, 2009

AMANHÃ ESTAREI AQUI?



AMANHÃ ESTAREI AQUI?
De: Ysolda Cabral


Que dia bonito amanheceu!
De repente me ocorreu:
Que quem está bonita sou eu.

Meu espelho é que é muito chato!
Nem bem chego junto dele,
Ele já demonstra má vontade,
Em me refletir com fidelidade...

Aumenta meu peso e minha idade,
Borra minha maquiagem,
Diz que a culpa é da minha hipermetropia,
E eu fico muito indignada com sua maldade.

Mas hoje ele não vai me tirar do sério não!
Vou ficar bem longe dele para evitar polemica
E desnecessária confusão.
Até por que não estou com paciência,
E preciso pensar no meu coração...

Ele anda tão estropiado de desilusão!
O que fazer para exterminar a emoção?
Andar na direção de uma nova contramão?
- Ah! Sei não!
Sou mesmo sem noção!

Bom...
Cade meu sabonete alma de flores?
Minha toalha branca, passada e bem quentinha?
Meu vestido novinho em folha?
Minha sandália rasteirinha?
Meu batom carmim?
E o meu perfume de Jasmim?!

Vou agora tomar banho,
Arrumar-me bem do meu gosto,
Para sair por aí aproveitando o dia todo.
- Amanhã nem sei se estarei aqui!


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Publicada tb no Recanto das Letras

terça-feira, março 17, 2009

" DE MULHER PRA MULHER"


“DE MULHER PRA MULER”
De: Ysolda Cabral


Quando o desencanto toma conta,
Quando a esperança se esvai,
Quando nada mais nos acalanta,
Quando só vivemos ais...

E...

Se tudo lhe é indiferente,
Se a agonia é demais,
Se seus dias são iguais,
Se o sol não brilha mais...

E ainda, se...

Nada lhe atrai,
Você só subtrai,
E diz NUNCA MAIS,
E, logo volta atrás...

Bom...

Quando chegamos nesse ponto,
A vida se torna um só pranto,
Solução se pensa não ter mais.

Entretanto, asseguro:
Reclamar não é seguro,
Você pode ir para o escuro,
E de “lá” ficar no fundo...

Então se dê um banho de loja,
- Pode ser até naquela loja -
Este detalhe não importa.

Se sinta bem bonita e bem gostosa,
E, de sorriso escancarado,
Dê língua pra tristeza,
E pra quem não lhe dá bola.

E assim a vida se renovará
Como numa mágica.
E, se não...
Ah! Quem se importa?

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Publicada também no Recanto das Letras.

segunda-feira, março 16, 2009

ME CHAMO POESIA



ME CHAMO POESIA
De: Ysolda Cabral


Eu sei que sou aquele algo mais que,
Descreve a vida de forma mais bonita.
Cheia de leveza e uma graça, por vezes, contida...
Sem mim que sentido teria a vida?

- Me chamo poesia...

Quem a cantaria em versos?
Quem a amaria mais que eu?
Quem a valorizaria mais que eu?
Quem a odiaria em muitos dias seus,
Os tantos que não foram meus?

- Me chamo poesia...

Deixo-me confundir,
Acham até que sou louca...!!
E em noite de lua cheia,
Eu me aviso para ter cuidado...
- E custa prevenir?!

- Me chamo poesia...

Nem sei a razão concretamente...
Sei que em quase tudo vejo beleza.
Faço da tristeza elemento primordial,
Para compor o verso universal...
Que diz:

- Me chamo poesia e quero PAZ.

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Publicada no Recanto das Letras

domingo, março 15, 2009

CONVITE AO ROUBO


CONVITE AO ROUBO
De: Ysolda Cabral


O cansaço me abate,
Flutuo no vazio do nada...
Não sinto, não respiro
E não penso - até que tento -
É que a espera mata.

Por que não me assalta o ESQUECIMENTO
E me rouba sem se preocupar?
Nem fizeram o meu tombamento!
Não há perigo em me roubar.

Não se faça de rogado,
Venha e sinta-se a vontade!
Pode pegar o que quiser

E levar sem questionar...

Só não deixe a tristeza e a saudade...
Essas nem precisa roubar!
Dou-lhe de muito boa vontade...

E se for um larápio competente,
Leve, por favor, de mim todo o AMOR...
Posto que ele me faz sonhar diariamente
E pensar que vivi a vida inteira inutilmente...

- Ah! E então?...
Vai ou não me roubar?
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Publicada tb no Recanto das Letras.

BOLA DE GUDE E PIÃO



BOLA DE GUDE E PIÃO
De: Ysolda Cabral


Não vejo a beleza da rosa...
- Onde está a rosa?
Será que só nas festas e nos velórios?
- Sabe aquela que você me deu?
Pois é!
Ainda tenho guardada dentro do “Sidarta”.

A chuva está silenciosa,
E o cheiro de terra molhada
Que tanto me fascina não sinto.

- Onde está a terra menino?!
Aquela que brincavas de bola de gude,
Enquanto teu pião rodava feito louco,
Ao contrário do vento e desafiando o tempo...

- Que pena!!
Está encurralada por baixo do asfalto,
Esquecida e não usada...
- Que lastima!

Mas, apesar de ser domingo,
E de você não está comigo,
Não chove e o dia está lindo!

Minha alma está calma...
- Que calma?!

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Publicada tb no Recanto das Letras





sexta-feira, março 13, 2009

SEXTA FEIRA TREZE





SEXTA-FEIRA TREZE

De: Ysolda Cabral

.

A placa indicativa não diz nada,
O semáforo está quebrado,
O trânsito está parado,
Toda direção bloqueada...
.
O céu carregado de nuvens,
O mar indeciso nas suas cores,
Batucam os tambores,
No peito dos sonhadores.
.
Paixão descoberta,
Beleza encoberta,
Tudo é só desilusão na certa.
.
O rufar não escutado,
Não alcançando o procurado,
Torna o batuque silencioso,
No caminho do avesso concreto,
Faltando um pedaço.
.
Portanto muito cuidado!
Hoje é sexta-feira treze,
E eu me calo de fato.
.
.
**********
.
Publicado também no Recanto das Letras.

sábado, março 07, 2009

ESTUPRADOR - E VIVA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER






ESTUPRADOR
E VIVA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER
De: Ysolda Cabral


Até quando continuaremos tendo notícias tão degradantes, tão revoltantes, tão humilhantes, tão violentas, tão injustas envolvendo a mulher?

Leia abaixo:

“Garota de nove anos é estuprada por padrasto e fica grávida de gêmeos. A mãe solicita da justiça autorização para interromper a gravidez. A justiça autoriza e a Igreja Católica excomunga todo mundo envolvido nessa interrupção...”

- EXCETO O ESTUPRADOR!!!!!!

A imprensa falada, escrita e televisiva, não falou de outra coisa nos últimos dias.

Fico estarrecida e não sei nem como registrar minha perplexidade diante de fato tão inusitado!

É por essas e outras que não freqüento nenhuma igreja. E a Igreja Católica realmente bate recordes de notícias escabrosas.

A semana passada, no interior de São Paulo – se a memória não me falha - um padre foi proibido de exercer suas tarefas religiosas por recomendar, entre outros assuntos de menor relevância, o uso da camisinha.

Como eu posso comemorar e escrever um poema sobre o “Dia Internacional da Mulher” com uma revolta tão grande em meu coração?!

Viva o falso moralismo e a hipocrisia!



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PS. Fui educada para nunca emitir opiniões sobre religião - entre outros assuntos - mas não resisti. Acredito em Deus e isso é o que me importa e BASTA.

UM DIA DE PAZ



UM DIA DE PAZ
De: Ysolda Cabral


Mais um dia memorável,
Começa cheio de esperança e luz.
Prometendo somente felicidade,
Afinal não é ela que me conduz?

Chegou hoje em grande quantidade,
Que nem caibo toda dentro dela,
Nem ela dentro de mim.
Então vou distribuir de muito boa vontade.

Meu dia será assim...

Há ruídos indefinidos,
Que agridem minha sensibilidade,
Mas nada hoje me atinge.
Falo mesmo pra valer e de verdade.

Meu dia será assim...

Não vou sair do lugar.
Ficarei exatamente aqui,
E sem nenhum imaginário.

Meu dia será assim...

Um dia qualquer,
Um dia a mais,
Um dia feliz,
Um dia de PAZ!

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Publicada também no Recanto das Letras

sexta-feira, março 06, 2009

PEÇA TEATRAL



PEÇA TEATRAL
De: Ysolda Cabral


Eu...
A tela...
A hortelã na janela...

Luz?! Só a da lâmpada.

Contida e controlada cogito,
O quanto dói estar sozinho,
Quando amanhã é sábado.

Naturalmente finjo,
Represento muito bem,
No inusitado do meu palco.

Na parede alguns retratos,
De uma vida do passado,
Que nada mais significa,
E, vinga...

O pensamento vaga,
A lucidez é parca,
Fato incontestável,
De fim previsível e inevitável...

Pois que venha e não seja igual,
Ao de uma peça de teatro,
Com tragédia grega no final
Por ter sido escrita errada.
**********

Publicada também no Recanto das Letras.

quinta-feira, março 05, 2009

SEM DESPEDIDA






SEM DESPEDIDA
De: Ysolda Cabral



Com um toque suave..
- Me leve!

Sem retorno breve
- Me pegue!

Faça-me sorrir...
- Nunca ir!

Encante-me
E cante pra mim

- Assim...

Qualquer canção vinda do coração
- Mas sem pressa!

- Vem aqui!


- Me faz sonhar e depois dormir...


Então poderei partir sem me despedir.

BANCO NO JARDIM LILÁS


BANCO NUM JARDIM LILÁS
De: Ysolda Cabral


Tu viste um banco num jardim lilás
Tão bonito e com lugar pra dois?

Talvez amigos
Talvez amores
Talvez nós dois

Tempo indefinido
Tempestade no horizonte
Tinha um esboço do que queria
Tranqüilidade e paz
Tudo sem nenhuma garantia

Tu viste um banco num jardim lilás
Tão bonito e com lugar pra dois?

Tão dentro do contexto
Tão sozinho na bucólica
Tarde de um jardim lilás
Tantos ais...
**********
Abaixo, um lindo presente recebido:
*
TAMBORETE NUM JARDINETE TÍRIO CLARO
De: Cyla Dalma
*
Tu viste um tamborete num jardinete
Tírio, púrpura, violeta...
*
Tintas, se claras, iguais a lilás
Toda cor, algo simboliza
Tom lilás
*
Tonalidade metafísica
Tem alquimia e magia
Trás energia cósmica
Tudo purifica até o emocional e o mental
Traduz dignidade, sinceridade e devoção
Transformação e piedade
*
Tarde de um jardinete
Tírio claro
Tantos ais...
Trás inspiração espiritual
Tranqüilidade para encontrar caminhos
Tempo de paz e intuição espiritual
*
Tu viste aquele tamborete num jardinete
Tírio claro
Tão bonito e com lugar pra dois?
*
**********
Publicada no Recanto das Letras

terça-feira, março 03, 2009

MULHER OU RAINHA



Mulher ou Rainha
De: Ysolda Cabral


Sei que deixei você triste
Sempre isso acontece
Quando lhe quero mais
Como não posso lhe agrido
E isso eu sei que não se faz.

Peço que compreenda
E não espere uma retratação
Posso até fazê-la
Mas não seria de coração

Um poeta falou um dia
“Amar é não ter que pedir perdão”
E mesmo que lhe peça
Logo, logo cairia em tentação

Simples mulher
Ou uma austera rainha
Sou toda sua
Queira você ou não.

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Publicada também no Recanto das Letras

segunda-feira, março 02, 2009

GARÇA POUSADA



GARÇA POUSADA
De: Ysolda Cabral


Céu, terra, mar e você minha amiga;
Linda e tão frágil na sua decisão de ir!
Ir além do mar, talvez para um lugar,
Onde você possa ser plena, inteira
E não tenha que se conter,
Da explosão de vida que há em você.

Quanto sonho não realizou?
Quanta alegria abdicou?
Quantos desejos foram
Do seu peito banidos?!

Ah! Minha amiga,
A vida é muito mais que renúncia!
Renúncia fica linda na poesia,
Mas para a poetisa,
Deve ser apenas uma rima.
Diante desse meu pensamento
E do bem querer que lhe dedico,
Rogo-lhe, doce amiga,
Jogue para o alto o que lhe entristece e aflige!
Vá viver do jeito que lhe agrada
E enternece minha querida.

Juventude, inteligência, beleza,
E, muito sangue nas veias, você tem.
Por que esperar para o voo levantar?

Vá agora!!
Vá por terra, pelo céu ou pelo mar...
Vá ser você como de verdade você é.
E seja muito, muito feliz!
Do jeito que sempre sonhou,
Quis e ainda pode e quer.

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Poesia dedicada a minha linda amiga poetisa Júlia Telles ( foto acima)

Publicada também no Recanto das Letras.